A revelação de novos e graves crimes dos EUA no Afeganistão instalou o pânico na Casa Branca e no Pentágono.
A publicação pela Wikileaks – uma organização com sede na Suécia – de mais de 92 000 documentos militares secretos dos EUA – e a divulgação parcial dos mais importantes pelo Guardian, pelo The New York Times e pela revista alemã Der Spiegel deu ao escândalo proporções mundiais.
Os documentos do Exercito reconhecem que milhares de civis afegãos foram mortos desde a invasão do país em 2001 em acções irresponsáveis das forças armas dos EUA. Além das matanças provocadas pelos bombardeamentos dos drones – aviões sem piloto – o comando da US Army planeou o assassínio de dirigentes rebeldes por comandos especiais. A ordem era abatê-los imediatamente, para evitar a sua captura e futuros julgamentos.
Os textos divulgados informam que os rebeldes dispõem de mísseis Terra-Ar Stinger, armamento adquirido a antigos aliados de Washington, e que os têm utilizado para derrubar helicópteros norte-americanos.
Uma informação que incomodou particularmente a Casa Branca foi a relativa à existência de cumplicidades entre os serviços secretos paquistaneses e dirigentes da rebelião.
Porta vozes do Presidente Obama e do Pentágono apressaram-se a qualificar de «irresponsável» a publicação dos documentes, afirmando que envolvem uma «ameaça à segurança dos EUA».
Num comentário ambíguo, The New York Times, lembra que a guerra no Afeganistão, em nove anos, já custou aos EUA 300.000 milhões de dólares, mas admite que a «nova estratégia» de Obama para o país continuará a ser aplicada embora a situação militar se deteriore a cada mês.
As reacções à publicação dos documentos secretos nos países da União Europeia e no Canadá foram imediatas. Os governos do Canadá, da França, da Alemanha e do Reino Unido temem a intensificação das campanhas para a retirada das suas tropas, atoladas numa guerra criminosa.
Esta «bomba política» explode semanas após a demissão do general Stanley McChrystal, o comandante supremo no Afeganistão que, numa entrevista, criticara a política do Presidente Obama para a Região.
Entretanto, cresce nos EUA a oposição à guerra afegã. Depoimentos de soldados da US Army, acessíveis pela Internet, descrevem crimes monstruosos por eles testemunhados e esboçam um panorama medonho da situação criada no país pela ocupação norte-americana e das tropas da NATO.
Os editores de Odiario.info
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