A 6 de Agosto de 1945, 8h15m a primeira bomba, lançada em Hiroshima foi chamada “Little Boy”, com 60 toneladas de urânio. a bomba que detonou a 576 m acima da cidade. Ao cair aos 43 segundos o gatilho barométrico e o de tempo accionaram o mecanismo detonador de um projéctil de urânio que foi disparado contra um alvo de urânio 235 iniciando uma reacção em cadeia. E a matéria sólida começou a desintegrar-se liberando uma tremenda quantidade de energia.
Após um silencioso clarão, ergueu-se um cogumelo de devastação de 9.000 m de altura provocando ventos de 640 a 970 km/h, espalhando material radioactivos numa espessa nuvem de poeira. A explosão provocou um calor de cerca de 5,5 milhões de graus Célsius, similar à temperatura do Sol. Prédios desapareceram com a vegetação, transformando a cidade num deserto. Quase tudo fora desintegrado. Num raio de 2 km, a partir do centro da explosão, a destruição foi total.
Hiroshima tinha na época cerca de 330 mil habitantes, e era uma das maiores cidades do Japão, a bomba matou imediatamente 50 mil pessoas e feriu outras 80 mil. Cerca de 130 mil pessoas, morreram depois. Milhares de pessoas foram desintegradas e, em função da falta de cadáver, as mortes jamais foram confirmadas. Noventa por cento da cidade foi arrasada pela bomba.
Horas depois da explosão, uma chuva negra caiu sobre o céu de Hiroshima. A chuva estava cheia de radioactividade das cinzas. O desespero e a desidratação levaram os sobreviventes a beber dessa água que caía do céu.
Quatro dias depois da desgraça em Hiroshima, começou a aparecer uma epidemia na cidade, o sangue das pessoas não coagulava, sem glóbulos brancos ficavam propensos a várias infecções, manchas roxas apareciam nos corpos, tufos de cabelos caíam até a perda total, o último sinal que antecedia a morte era o vómito de um líquido castanho.
Três dias mais tarde, 9 de Agosto, 11h02m. Depois de sobrevoar o objectivo primário – Kokura – salvo pelas nuvens que não permitiam a visualização correcta do alvo e a observação e filmagem dos efeitos da arma atómica – um B29 Superfortess acompanhado por duas aeronaves que tinham como missão documentar e filmar os efeitos da bomba, lançava sobre Nagasaki a Fat Man uma bomba de 6,4Kg de Plutónio239 que causaria a morte imediata a 40.000 pessoas e nos dias seguintes a pelo menos 80.000 por envenenamento radioactivo.
O mundo assistia assim pela primeira vez na História e num espaço de três dias a dois dos mais hediondos crimes contra a humanidade jamais cometidos e que até hoje são responsáveis pela morte de cerca de 400.000 vítimas e por efeitos indirectos em centenas de milhar de pessoas.
O mundo relembra com muito pesar os 65 anos do maior crime de guerra jamais desferido contra a humanidade. O holocausto nuclear contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.
Crime do qual jamais os seus culpados foram sequer acusados, muito pelo contrário, foram saudados como heróis em todo o mundo simplesmente por terem vencido a guerra e movido uma propaganda capaz de fazer o mundo inteiro esquecer o horror nuclear.
Um ano e dois meses depois do desembarque das tropas aliada na Normandia, a Alemanha havia já assinado rendição incondicional em Maio de 1945 logo após o suicídio de Adolf Hitler. A Itália já se tinha rendido anteriormente quando da prisão e assassinato de Mussolini. Naquele momento só restara o Japão. Ao ver-se sem muitas alternativas para concretizar os seus planos, o presidente americano Truman agarra-se à última oportunidade que lhe apareceu ao alegar a não rendição incondicional do Japão, que insistia em manter o seu imperador. Grandes estrategas de guerra desaconselharam o presidente a utilizar as armas atómicas, propondo como alternativa um grande bloqueio marítimo, aliado à entrada da Rússia na frente do Pacífico e mais bombardeamentos focados em alvos militares.
De acordo com esses especialistas, essas manobras seriam suficientes para acabar com a guerra até Julho de 1945. Mesmo assim, Truman simplesmente ignorou-os e, utilizando o mote da não rendição incondicional, decidiu o destino de duas cidades e centenas de milhares de vidas humanas.
O lançamento da bomba atómica sobre populações civis é em si um acto de cobardia e de desumanidade, completamente injustificável em qualquer situação. Mas ainda assim nunca é demais lembrar que tal crime não correspondeu a qualquer estratégia militar para a vitória dos aliados na II guerra mundial. A rendição da Alemanha Nazi estava já assinada e a derrota militar do Japão era já um dado adquirido. As razões de tão hediondo massacre residem sim em objectivos de afirmação imperialista hegemónica dos EUA que pretendiam mostrar a todo o mundo, e em especial à União Soviética, a sua supremacia militar, testando simultâneamente o real poder de destruição e morte da bomba atómica.
Contrariamente aos cantos de sereia do capitalismo de há anos atrás, o mundo não está nem mais justo nem mais seguro. Sucedem-se as ameaças, os conflitos, as manobras de desestabilização e ingerência e as guerras imperialistas um pouco por todo o mundo; os valores de gastos militares por parte das principais potências atingem recordes históricos e continuam a subir; o comércio legal e ilegal de armamento é hoje responsável por um dos maiores volumes de trocas comerciais a nível mundial; a NATO, outrora apresentada hipocritamente como aliança defensiva contra o perigo comunista, revela a sua própria essência: assume-se como uma aliança político-militar agressiva com intenções hegemónicas que no seu conceito estratégico assume claramente a possibilidade do uso da arma nuclear em qualquer quadro de conflito militar e alarga-se a leste num processo de chantagem coordenado com o alargamento da União Europeia.
Depois do fim da Segunda Guerra Mundial os Estados Unidos com ou sem NATO interviriam militarmente nos seguintes países:
• China 1945-47/1949
• Itália 1946/1985
• Grécia 1947
• Venezuela 1947
• Palestina 1948
• Alemanha 1948/1961
• Coreia 1950-53/1976
• Puerto Rico 1950
• Formosa 1950-55
• Vietname 1955-64/1959-75
• Egipto 1956/1983
• Líbano 1958/1976/1982-83
• Cuba 1959-60/1962
• Tailândia 1962
• Laos 1962-75/1968
• Congo 1964/1967/1978
• Indonésia 1965
• Rep. Dominicana 1965/1966
• Guatemala 1966-67
• Israel 1967/1973
• Cambodja 1968/1970/1975
• Chile 1973
• Chipre 1974
• Angola 1976-92
• Irão 1980/1987
• Nicarágua 1981-90
• El Salvador 1981
• Líbia 1981/1986/1989
• Sinai 1982
• Sudão 1983
• Granada 1983-84
• Honduras 1983-89
• Chade 1983
• Bolívia 1986/1989
• Iraque 1987-88/1990-91/1993/2003-
• Panamá 1988/19989-90
• Colômbia 1989/2000/2003
• Peru 1989
• Filipinas 1989
• Ilhas Virgens 1989
• Arábia Saudita 1990-91
• Kuwait 1990-91
• Libéria 1990/1997
• Somália 1992-94/2006
• Haiti 1994-99
• Bósnia e Herzegovina 1995
• Zaire 1996-97
• Albânia 1997
• Sudão 1998
• Iémene 2000
• Macedónia 2001
• Afeganistão 2001-
• Paquistão 2005
• Síria 2008
Na América Latina, África, Ásia e Europa, os Estados Unidos invadem países ou para depor governos democraticamente eleitos pelo povo, ou para dar apoio a ditaduras criadas e montadas pelos próprios, ou simplesmente para extorquirem recursos naturais, tudo em nome da "democracia" (deles).
Evocando as vítimas de Hiroshima e Nagasaki e conscientes dos perigos que a humanidade continua a enfrentar – nomeadamente com o recurso sistemático às armas de destruição massiva e às ameaças do uso do terror nuclear – os comunistas portugueses reiteram o seu compromisso junto do povo português e de todas as forças progressistas e de paz do mundo, de dar continuidade à luta de gerações e gerações de comunistas e democratas, pela paz justa e duradoura em todo um mundo que, fruto da luta dos trabalhadores e dos povos, caminhará um dia para a convivência pacífica e a cooperação entre os povos. Um mundo livre de armas nucleares e de outras armas de destruição massiva. Um mundo mais justo e fraterno onde a justiça social, o bem-estar e a felicidade humana possam ser realidades para cada um dos homens e mulheres que em cada dia constroem o nosso mundo e fazem a sua História.
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