Apesar de vários meios de comunicação social, nacionais e internacionais, alinharem pela habitual desinformação no que respeita aos efeitos das greves dos trabalhadores na produção e na vida dos países, a realidade, em França, demonstra que a força de quem com o seu trabalho produz a riqueza de uma país é a maior possibilidade para a existência de uma acção transformadora das políticas.
A tomada de posição de conjunto dos trabalhadores, na força da acção de rua, é hoje a única hipótese que os povos têm para rasgar a teia de influência e de corrupção da democracia que envolve os governos da europa. Estes já não respondem à democracia e aos cidadãos, passaram e desenhar orçamentos e a perspectivar sociedades (injustas) que são aprovadas, formal ou informalmente, por aparelhos de gatunos que se organizam no escuro, em offshores, em bancos, em sociedades financeiras e empresas multinacionais.
Pois bem, a resposta é a rua e a paralização da produção.
Vê aqui o impressionante mapa das últimas mobilizações e acções populares em França.
Em França, movimentam-se milhões de pessoas que intervêem contra o aumento da idade mínima de acesso a uma reforma (parcial) dos 60 para 62 anos, e o aumento simultaneo da idade da reforma para acesso à reforma completa dos 65 para os 67 anos. Apesar das margens de acumulação de lucro do sector financeiro e das grandes empresas serem absolutamente exorbitantes, o governo de Sarkozy enuncia que a salvação do sistema da Segurança Social passa por poupar 18,6 mil milhões de euros por ano em pensões. Claro que não passa pela cabeça de Sarkozy aumentar profundamente a tributação sobre os lucros das empresas ou sobre o sector financeiro francês para reduzir a desigualdade.
A resposta dos sindicatos e das pessoas tem sido forte e aumenta de capacidade a cada dia. A entrada de vários sectores sociais e laborais na luta pelos direitos aumenta em cada dia de greve , e assim a capacidade de confrontação das pessoas, dos grevistas, dos piquetes, dos trabalhadores ou estudantes. No fim da passada semana, o sector fundamental dos camionistas franceses também se juntou aos protestos, bloqueando acessos e estradas.
Os jovens estudantes, também entram em cena, e desde o secundário são realizadas mobilizações que engrossam a contestação e dão razão a todos os manifestantes que exigem uma sociedade de solidariedade.
Assim, hoje, já ninguém dirá que as pessoas estão a desmobilizar ou que o cansaço se apodera dos grevistas. Aliás, o Ministério do Interior francês activou um centro de crise para tentar assegurar "o fornecimento de combustíveis". Como resposta, os sindicatos ampliam a capacidade de bloquear novas refinarias e centros de combustível sempre que a polícia é utilizada como força de repressão (e anti-democrática) para confrontar grevistas e desbloquear o acesso aos combustíveis.
In: Precári@s Inflexivéis
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