Proletários de todos os Países, uni-vos.

30 setembro 2009

Um lugar muito nobre


Apesar do indiscutível atraso com que chega à nossa localidade, urge uma zona industrial num sítio adequado, com reais condições que façam dela uma mais-valia para a terra, potenciadora de melhor qualidade de vida para todos.


Continuamos a contestar a localização:

- trata-se de um projecto antiquado, ultrapassado e agressivo para a população;

- fica dentro do aglomerado urbano, não tendo hipótese de alargamento, o que revela falta de visão de futuro;

- os acessos interferem com a população e a criação de novos acessos passará certamente por zonas protegidas pela rede natura 2000 (é pena que o nosso desenvolvimento esteja sempre dependente da degradação do meio ambiente);

- a zona tem elevado interesse paisagístico/cénico e natural;

- o seu actual local não cativa empresas de fora que se queiram desenvolver;


Para além disto, o facto deste espaço se encontrar vazio (não correu a ocupá-lo o nosso parque industrial), leva-nos a questionar se não haverá já uma consciência colectiva de que o que foi criado não responde às reais expectativas/necessidades dos industriais. Haverá quem responda e quem se responsabilize pelo investimento? Parece-nos que se reconhecemos o erro, não devemos persistir nele.

Continuamos a defender o abandono por completo do projecto da Zona Industrial, na borda da mata e nas traseiras do cemitério, apostando num projecto conjunto com os vizinhos municípios de Ourém e Porto de Mós, para a zona entre Vale Alto e Maxieira, onde, aliás há muito está a crescer uma Z.I. aparentemente clandestina e desordenada. Esta tem a vantagem de ser fora da área do P.N.S.A.C. e também o facto de um dia poder vir a ter um nó com a A1 nas imediações e fomentará certamente parcerias industriais ao mesmo tempo que circunscreve os riscos ambientais.


Na mesma linha, a nossa proposta é de aproveitar a idílica localização da actual Z.I. de Minde para neste local fazer crescer o “Pólo Cultural de Minde”: sedes para as colectividades, museus, auditórios ao ar livre, espaços verdes, estacionamento, espaços para os mais variados festivais, acessos razoáveis e acima de tudo um lugar ideal em termos cénicos, pela sua beleza e tranquilidade, para desenvolver actividades culturais. Certamente, um projecto para desenvolver ao longo do tempo, com muito espaço para crescer, um projecto nobre para um lugar muito nobre de Minde. Conscientes das dificuldades legais que essa mudança pode acarretar, acreditamos que com vontade política tudo, ou quase tudo, se pode conseguir.


Assim, parece-nos inapropriado, no Largo Justino Guedes, o actual projecto das sedes para aquele local; 1400m2 podem ser suficientes mas nunca poderão crescer mais do que isso no futuro. Até nos parece um retrocesso na filosofia do C.A.O.R.G, sempre pensando e apostando em grande, dignos, pelas suas legítimas ambições de um espaço sem estas limitações e constrangimentos.


Sentimos a convicção de levar por diante este projecto, tanto da parte do C.A.O.R.G. como da Sociedade Musical Mindense, porém temos o dever de alertar que está a nascer um projecto com poucas perspectivas de futuro. Veja-se, por exemplo, o cine-teatro: uma obra com cerca de 50 anos, necessita já de há muito de mais espaço de bastidores, para camarins, cenografia, arrumos, etc. O Jardim de Infância do Centro de Bem Estar Social alargou as suas instalações há pouco tempo. O lar de idosos está em fase de ampliação. A Escola do 2º e 3º Ciclo de Minde será brevemente alargada, comprometendo o espaço de recreio das crianças. Enfim, com mais ou menos exemplos, é fácil de compreender que espaço para edificar e crescer, antes em sobra que em falta.

A nossa terra tem de prevenir a falta de planeamento de que tem sido alvo. Exemplo disso são as infra-estruturas escolares longe dos espaços desportivos como a piscina e o pavilhão gimnodesportivo, a localização do mercado à mistura com o parque escolar, a construção do Bairro das Saramagas numa zona fora do núcleo habitacional, com elevados custos para a criação de infra-estruturas, quando existem terrenos livres dentro do núcleo urbano, o caso da localização do Centro de Saúde que dificulta o acesso a pé por parte dos seus utentes, etc..


Será o problema do nosso PDM que permite esta falha a nível do ordenamento da vila de Minde? Ou será que aos nossos autarcas o importante é cortar a fita no dia da inauguração, independentemente do que se inaugura, com que utilidade e em que local?


Importa planear o futuro não repetindo os erros do passado.

Voltando ao Largo Justino Guedes, muito se poderia fazer: melhorar os traçados das ruas, nomeadamente da Rua João Martins, com um traçado mais rectilíneo, da Rua de Sº António, a inflectir para o lado da Avenida, criando mais espaço livre ao lado do coreto… E não esquecer um largo confortável contíguo à capela de Sº António, permitindo, nas zonas livres circundantes, árvores, estacionamento e um parque infantil, espaço livre, vital para a qualidade de vida dos moradores, espaço para as crianças brincarem.

11 setembro 2009

Debaixo dos nossos pés.

Tão perto de nós, as nascentes do Alviela e do Almonda são as mais importantes de Portugal e são cada vez mais conhecidas internacionalmente. No inverno têm caudais que rondam os 20 metros cúbicos por segundo e no verão mantêm o curso dos rios Alviela e Almonda sem nunca secarem.

A nascente dos Olhos de Água do Alviela já foi um dos pontos mais importantes de abastecimento de água à capital e a do Almonda é a principal abastecedora de água a uma das indústrias que dela mais necessita, a do papel, e a beneficiadora é a conhecida fábrica da Renova.

Ora, estas importantes nascentes recebem águas de Minde e este facto, certamente, enche de orgulho todos os mindericos.

Muitas histórias de Minde estão ligadas à água que circula por debaixo dos nossos pés e as nascentes trazem à superfície. São histórias de algares e gatos, de lagoas e sumidouros, da mata e das vinhas, histórias simples que são o elo de ligação entre as gerações mais antigas e as mais novas. Elo entre um tempo em que a água, a terra, a chuva e o sol eram quase tudo e um tempo em que a natureza apenas existe nos documentários da National Geographic e do Discovery, passados sempre lá longe, num mundo afastado e separado do actual, do real, do mundo do dia a dia.

E, no entanto… Está tudo à nossa mão e diante dos nossos olhos. Basta apenas fazer uma pausa, saber agarrar o tempo e olhar de frente a paisagem.

Encostas íngremes, rocha nua, cabeços ondulantes e vales sinuosos, é este o mundo que a água percorre, desprevenida, antes de se deixar atrair pelos precipícios dos algares e pela obscuridade e frescura das grutas. Nasce pura das gotas de água da chuva ou da condensação do ar nas paredes subterrâneas e assim será entregue às nascentes. Límpida e cristalina, como nos filmes.

Mas graves perigos a ameaçam. E os mindericos sabem, em muitas histórias sussurradas ou contadas à gargalhada, em muitos factos ignorados, em muitas cumplicidades reprováveis. Os esgotos domésticos, as águas de lavagem das estradas, as estrumeiras, os efluentes e os resíduos industriais têm sido lançados nos algares ou negligentemente abandonados em pontos onde contaminam as águas subterrâneas.

As nascentes são cada vez mais conhecidas internacionalmente mas era bom que estes factos não fossem.

Que fazer para isso?

Primeiro, é necessário tirar partido do que já temos ao nosso alcance, ou porque a natureza nos deu ou porque fomos construindo e falta dar apenas alguns passos. Por exemplo: Porque continuamos a deixar a Mata abandonada? Porque é que não temos furos de captação com água de boa qualidade e compramos água aos outros? Porque é que não está já plenamente funcional a rede de saneamento básico, com os esgotos de todas as habitações ligados à rede e a ETAR a funcionar devidamente em vez de enviar as águas para um algar que garantidamente comunica com as nascentes?

Depois, é necessário adequar os planos de ordenamento das bacias de alimentação das nascentes de modo a evitar uma elevada densidade de ocupação da região, aceitando apenas as actividades indispensáveis para o bem estar das populações já instaladas, evitando a proliferação de “parques industriais” de viabilidade duvidosa, apoiando as actividades sustentáveis e impedindo as poluentes, requalificando estradas já existentes e evitando a multiplicação de rodovias.

Será que os mindericos têm coragem para mudar este estado de coisas e começar a rodar um filme diferente que possa ser mostrado em qualquer parte do mundo sem nos envergonhar?

07 setembro 2009

Compromisso Eleitoral para a Freguesia de Minde 2009

Para visualizar o Compromisso Eleitoral da CDU para a Freguesia de Minde Clique Aqui

01 setembro 2009

Festa do Avante


Dizem que não há festa como esta e é bem provável. Mais do que um encontro político, a Festa do Avante é conhecida por reunir diferentes gerações e promover um saudável intercâmbio de culturas, através da música de diferentes estilos das exposições e debates, das tasquinhas regionais e do simples convívio.

Este ano, a abertura do evento será uma Grande Gala de Ópera onde se irão ouvir composições de Verdi, Bizet, Mozart, Puccini, Rossini ou Gershwin. O espectáculo será dirigido pelos maestros Jorge Alves e Kodo Yamagishi, acompanhado pela Orquestra Sinfónica do Ginásio Ópera, pelo Coro Lisboa Cantat e por vários solistas nacionais e estrangeiros.

Mas durante os três dias do evento, cabem todos os estilos no Palco 25 de Abril: do jazz ao fado, do rock à folk, sem esquecer os novos valores da música portuguesa mas onde também não faltam reconhecidos nomes como Maria João e Mário Laginha, Nelson Cascais, Tereza Salgueiro, Aldina Duarte, Clã ou Blind Zero.

São assim muitos os concertos e as actividades que irão mais uma vez reunir na Quinta da Atalaia milhares de fãs desta festa tão particular no panorama nacional.


Para mais informações vão ao sítio da Festa do Avante.