Tão perto de nós, as nascentes do Alviela e do Almonda são as mais importantes de Portugal e são cada vez mais conhecidas internacionalmente. No inverno têm caudais que rondam os 20 metros cúbicos por segundo e no verão mantêm o curso dos rios Alviela e Almonda sem nunca secarem.
A nascente dos Olhos de Água do Alviela já foi um dos pontos mais importantes de abastecimento de água à capital e a do Almonda é a principal abastecedora de água a uma das indústrias que dela mais necessita, a do papel, e a beneficiadora é a conhecida fábrica da Renova.
Ora, estas importantes nascentes recebem águas de Minde e este facto, certamente, enche de orgulho todos os mindericos.
Muitas histórias de Minde estão ligadas à água que circula por debaixo dos nossos pés e as nascentes trazem à superfície. São histórias de algares e gatos, de lagoas e sumidouros, da mata e das vinhas, histórias simples que são o elo de ligação entre as gerações mais antigas e as mais novas. Elo entre um tempo em que a água, a terra, a chuva e o sol eram quase tudo e um tempo em que a natureza apenas existe nos documentários da National Geographic e do Discovery, passados sempre lá longe, num mundo afastado e separado do actual, do real, do mundo do dia a dia.
E, no entanto… Está tudo à nossa mão e diante dos nossos olhos. Basta apenas fazer uma pausa, saber agarrar o tempo e olhar de frente a paisagem.
Encostas íngremes, rocha nua, cabeços ondulantes e vales sinuosos, é este o mundo que a água percorre, desprevenida, antes de se deixar atrair pelos precipícios dos algares e pela obscuridade e frescura das grutas. Nasce pura das gotas de água da chuva ou da condensação do ar nas paredes subterrâneas e assim será entregue às nascentes. Límpida e cristalina, como nos filmes.
Mas graves perigos a ameaçam. E os mindericos sabem, em muitas histórias sussurradas ou contadas à gargalhada, em muitos factos ignorados, em muitas cumplicidades reprováveis. Os esgotos domésticos, as águas de lavagem das estradas, as estrumeiras, os efluentes e os resíduos industriais têm sido lançados nos algares ou negligentemente abandonados em pontos onde contaminam as águas subterrâneas.
As nascentes são cada vez mais conhecidas internacionalmente mas era bom que estes factos não fossem.
Que fazer para isso?
Primeiro, é necessário tirar partido do que já temos ao nosso alcance, ou porque a natureza nos deu ou porque fomos construindo e falta dar apenas alguns passos. Por exemplo: Porque continuamos a deixar a Mata abandonada? Porque é que não temos furos de captação com água de boa qualidade e compramos água aos outros? Porque é que não está já plenamente funcional a rede de saneamento básico, com os esgotos de todas as habitações ligados à rede e a ETAR a funcionar devidamente em vez de enviar as águas para um algar que garantidamente comunica com as nascentes?
Depois, é necessário adequar os planos de ordenamento das bacias de alimentação das nascentes de modo a evitar uma elevada densidade de ocupação da região, aceitando apenas as actividades indispensáveis para o bem estar das populações já instaladas, evitando a proliferação de “parques industriais” de viabilidade duvidosa, apoiando as actividades sustentáveis e impedindo as poluentes, requalificando estradas já existentes e evitando a multiplicação de rodovias.
Será que os mindericos têm coragem para mudar este estado de coisas e começar a rodar um filme diferente que possa ser mostrado em qualquer parte do mundo sem nos envergonhar?
A nascente dos Olhos de Água do Alviela já foi um dos pontos mais importantes de abastecimento de água à capital e a do Almonda é a principal abastecedora de água a uma das indústrias que dela mais necessita, a do papel, e a beneficiadora é a conhecida fábrica da Renova.
Ora, estas importantes nascentes recebem águas de Minde e este facto, certamente, enche de orgulho todos os mindericos.
Muitas histórias de Minde estão ligadas à água que circula por debaixo dos nossos pés e as nascentes trazem à superfície. São histórias de algares e gatos, de lagoas e sumidouros, da mata e das vinhas, histórias simples que são o elo de ligação entre as gerações mais antigas e as mais novas. Elo entre um tempo em que a água, a terra, a chuva e o sol eram quase tudo e um tempo em que a natureza apenas existe nos documentários da National Geographic e do Discovery, passados sempre lá longe, num mundo afastado e separado do actual, do real, do mundo do dia a dia.
E, no entanto… Está tudo à nossa mão e diante dos nossos olhos. Basta apenas fazer uma pausa, saber agarrar o tempo e olhar de frente a paisagem.
Encostas íngremes, rocha nua, cabeços ondulantes e vales sinuosos, é este o mundo que a água percorre, desprevenida, antes de se deixar atrair pelos precipícios dos algares e pela obscuridade e frescura das grutas. Nasce pura das gotas de água da chuva ou da condensação do ar nas paredes subterrâneas e assim será entregue às nascentes. Límpida e cristalina, como nos filmes.
Mas graves perigos a ameaçam. E os mindericos sabem, em muitas histórias sussurradas ou contadas à gargalhada, em muitos factos ignorados, em muitas cumplicidades reprováveis. Os esgotos domésticos, as águas de lavagem das estradas, as estrumeiras, os efluentes e os resíduos industriais têm sido lançados nos algares ou negligentemente abandonados em pontos onde contaminam as águas subterrâneas.
As nascentes são cada vez mais conhecidas internacionalmente mas era bom que estes factos não fossem.
Que fazer para isso?
Primeiro, é necessário tirar partido do que já temos ao nosso alcance, ou porque a natureza nos deu ou porque fomos construindo e falta dar apenas alguns passos. Por exemplo: Porque continuamos a deixar a Mata abandonada? Porque é que não temos furos de captação com água de boa qualidade e compramos água aos outros? Porque é que não está já plenamente funcional a rede de saneamento básico, com os esgotos de todas as habitações ligados à rede e a ETAR a funcionar devidamente em vez de enviar as águas para um algar que garantidamente comunica com as nascentes?
Depois, é necessário adequar os planos de ordenamento das bacias de alimentação das nascentes de modo a evitar uma elevada densidade de ocupação da região, aceitando apenas as actividades indispensáveis para o bem estar das populações já instaladas, evitando a proliferação de “parques industriais” de viabilidade duvidosa, apoiando as actividades sustentáveis e impedindo as poluentes, requalificando estradas já existentes e evitando a multiplicação de rodovias.
Será que os mindericos têm coragem para mudar este estado de coisas e começar a rodar um filme diferente que possa ser mostrado em qualquer parte do mundo sem nos envergonhar?
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