Proletários de todos os Países, uni-vos.

15 fevereiro 2011

80 anos de Jornal Avante!

A inevitável opção de resistir
Ao proletariado de Portugal. Foi com estas palavras, impressas na manchete da primeira edição do Avante!, a 15 de Fevereiro de 1931, que começou esta caminhada de 80 anos assinalada nesta edição. Nesse ano distante construía-se já no País aquela que foi a mais longa ditadura fascista da Europa, que oprimia e favorecia a cruel exploração dos trabalhadores pelos potentados económicos e calava qualquer anseio de liberdade, democracia e justiça. O movimento sindical e operário foi esmagado, os partidos proibidos, assim como os seus periódicos. Só o PCP optou por resistir e prosseguir o combate – mas tal obrigava a que o fizesse na mais rigorosa clandestinidade, enfrentando a feroz perseguição dos esbirros do fascismo.
O surgimento do Avante! foi um dos resultados da reorganização do Partido iniciada em Abril de 1929, sob a direcção de Bento Gonçalves, e que transformou o PCP num partido revolucionário, com crescente influência entre as massas e, assim, mais capaz de lutar nas difíceis condições de clandestinidade. Mas a publicação do Avante! foi, também ela, um importante contributo para a construção do Partido e para a divulgação das ideias do socialismo, bem como para a mobilização para a luta. Aplicava-se assim, à realidade portuguesa da época, os ensinamentos de Lénine relativos ao jornal comunista: este deveria ser um agitador, um propagandista e um organizador.
Apesar dos êxitos notáveis alcançados pelos comunistas ao longo da década de 30, o PCP não estava ainda preparado para resistir à crescente violência do salazarismo, embalado então pelas vitórias dos seus aliados Hitler, Mussolini e Franco. As prisões de dirigentes e militantes sucedem-se (entre as quais a de Bento Gonçalves e de outros membros do Secretariado) e o Avante! ressente-se, vendo a sua publicação interrompida e retomada por cinco vezes. Em finais de 1938, praticamente deixa de se publicar.
O jornal da luta antifascista
Em Agosto de 1941, o Avante! voltou a sair, fruto da reorganização do Partido iniciada um ano antes por militantes como Álvaro Cunhal, José Gregório, Sérgio Vilarigues, Militão Ribeiro, Pires Jorge, Pedro Soares, Manuel Guedes e Júlio Fogaça. Nestes anos, fruto das medidas organizativas e políticas tomadas, o PCP torna-se no grande partido da resistência antifascista – um partido com implantação nacional e junto de vários sectores, com um aparelho clandestino mais preparado para resistir às ofensivas da polícia e com capacidade para trazer para a rua as massas populares, cada vez mais esmagadas pela exploração e pela carestia de vida.
Nestes anos, o Partido alarga-se: entre 1943 e 1946, o número de militantes aumenta seis vezes e as organizações locais cinco. A tiragem do Avante! quadruplica. No início dessa década, ao apelo do Partido, travam-se grandes greves e manifestações, as maiores que o fascismo enfrentara até então.
Acompanhando este crescimento do Partido e da luta, e contribuindo decisivamente para ele, o Avante! saiu ininterruptamente até Abril de 1974, enfrentando e fintando a apertada repressão fascista. Num país amordaçado pela censura, o Avante! exerceu o direito à informação, publicando o que o fascismo pretendia calar: pelas suas páginas passou a denúncia do fascismo e daqueles a quem servia (os latifundiários e os monopólios, associados ao imperialismo); passou a acusação dos crimes cometidos contra os antifascistas no País e nas ex-colónias; a valorização das lutas travadas nas fábricas, nos campos e nas universidades; a exposição da política do Partido; a solidariedade internacionalista. Nas centenas de números publicados ao longo destas décadas, o Avante! cimentou consciências, construiu a unidade, mobilizou para a luta. Foi – como continua a ser – um constante e fiel aliado dos trabalhadores e do povo português no seu longo e tenaz combate pela liberdade.

Novembro de 1967


Avante! número 100, de Abril de 1947

Dedicação e coragem
O Avante! é, em todo o mundo, o jornal que mais tempo resistiu na clandestinidade – sempre composto, impresso e distribuído no interior do País, o que também faz dele um caso único. Para que tal fosse possível houve que montar um poderoso e minuciosamente organizado aparelho clandestino, capaz de iludir a polícia e resistir às suas constantes perseguições. Mesmo nas raras vezes em que a repressão localizou e assaltou uma tipografia clandestina, logo outra entrava em funcionamento garantindo a saída atempada do Avante! e de outros jornais e folhetos.
Por detrás deste notável feito está a dedicação, a coragem e a entrega sem limites de numerosos comunistas que consagraram a sua vida à imprensa do Partido. Vidas inteiras passadas a compor, à meia-luz, com minúsculas letras de chumbo, milhares de páginas do Avante!; a imprimi-las com o pesado rolo; a defender a tipografia de forma a não levantar suspeitas; a desmontar tudo e a fugir, sempre que se desconfiava que a polícia pudesse andar a rondar; e a montar tudo novamente noutro sítio. Vidas dedicadas a fazer chegar os textos aos tipógrafos e os jornais ao povo, calcorreando milhares de quilómetros a pé ou de bicicleta, sempre sob a ameaça de prisão – que poderia significar, e em alguns casos significou, a tortura e a morte.
José Moreira morreu na tortura em 1950, recusando-se a entregar à PIDE a localização das tipografias clandestinas. José Dias Coelho, artista plástico autor de algumas das mais célebres ilustrações que embelezaram as páginas do Avante!, caiu varado às balas da PIDE 11 anos depois. A professora primária Maria Machado foi torturada e não denunciou os seus camaradas, e Joaquim Rafael acabaria por sucumbir poucos dias depois do 25 de Abril com a saúde arrasada pelo chumbo com que trabalhou em 25 anos enquanto tipógrafo clandestino. São alguns dos heróis que fizeram da história do Avante! um exaltante percurso, que continua.
O Avante! nasceu a 15 de Fevereiro de 1931, na clandestinidade, e assim resistiu até 1974


Janeiro de 1933


Primeira semana de Setembro de 1937


Durante mais de 40 anos de clandestinidade, o Avante! apelou à luta e denunciou a repressão



Na década 30 , anos de consolidação do fascismo, a publicação do Avante! é interrompida diversas vezes

A reorganização de 1940-41 criou as condições para defender o Avante! das ofensivas da polícia

Último Avante! clandestino, de Abril de 1974

As tipografias clandestinas, representadas por José Dias Coelho, eram o «coração da luta popular», como lhes chamou José Moreira

Em Agosto de 1941, o Avante! volta a sair para nunca mais parar



José Moreira, Maria Machado, José Dias Coelho, Joaquim Rafael

O jornal da liberdade e da democracia
O organizador colectivo, o agitador colectivo, o propagandista colectivo sempre em prol da unidade, da coesão e do fortalecimento do Partido, o Avante! foi, desde as primeiras horas do alvor de Abril, o jornal da liberdade e da democracia.
Percursor da luta antifascista – e por isso o mais sólido reduto no combate pela destruição da ditadura terrorista dos monopólios e dos latifúndios associada ao imperialismo, a qual, durante 48 anos, sufocou o povo português e os povos das ex-colónias e vendeu os recursos pátrios a retalho –, o Órgão Central do PCP colocou-se imediatamente ao lado das massas populares aliadas ao Movimento das Forças Armadas, contribuindo não apenas para a sua consolidação, mas, igualmente, para o seu reforço e avanço no curso frutuoso do processo revolucionário.
Foi a voz imprescindível dos que não aceitaram mudanças «cosméticas» no regime e exigiram a imediata instauração de amplas liberdades em todas as dimensões da vida nacional. Enfrentando neofascistas de pingalim, liberais situacionistas, reformistas burgueses ou aventureiros pseudo-revolucionários, o Avante! saiu audaz à luz do dia para promover os objectivos da revolução democrática e nacional e a efectivação prática das suas etapas.
Houve quem quisesse calar a voz dos comunistas e dos seus aliados, procurando garantir o que o fascismo nunca tinha conseguido em décadas de feroz repressão. Mas no Avante! ecoaram os gritos do tempo novo, do imparável movimento que, resistindo, a golpes e manobras palacianas, concretizou a liberdade e a democracia exercendo-as; que arrancou pela raiz as mordaças, o medo e a tortura impostos pela PIDE e pela bufaria fascista; que libertou os presos políticos e legalizou as organizações políticas e sindicais; que obrigou à realização de eleições livres e à instituição de um regime constitucional profundamente progressista; que lançou pontes de paz, cooperação e amizade com todos os povos do mundo.


Voz das conquistas de Abril
Abril foi muito mais do que a substituição de um regime ditatorial por um outro, democrático, e no Avante! dos primeiros anos da revolução portuguesa encontramos relatadas as gloriosas páginas da construção de um País completamente novo.
À democratização política então em curso tinha que corresponder a democratização económica, social e cultural, e a essa empresa levada a cabo pelas massas populares dedicou o jornal do Partido da classe operária e de todos os trabalhadores o melhor das suas forças.
Adiantando-se não raras vezes à iniciativa dos órgãos de soberania, o povo português transformava as relações sociais e projectava uma forma de organização da sociedade mais justa, participada e desenvolvida, conquistando objectivamente o futuro. O Órgão Central do PCP cumpriu o papel que lhe estava destinado em tão exaltante processo.
Durante os governos provisórios liderados por Vasco Gonçalves, os trabalhadores e o povo tiveram no executivo um sólido aliado nesse salto em frente, por isso, mesmo depois do seu afastamento pela reacção capitalista, o «companheiro Vasco» perdurou no coração de muitos portugueses para quem a gratidão não é uma palavra vã.
Duradouras, ainda, e durante muitos anos motivando tenaz resistência das massas em sua defesa, as conquistas de Abril que o Avante! tão amplamente promoveu e divulgou: a Reforma Agrária e as profundas alterações que produzia na vida de milhares de trabalhadores rurais do Alentejo e Ribatejo; a repartição mais equilibrada da riqueza entre capital e trabalho; os serviços públicos de saúde, educação e previdência, e a fruição do lazer e acesso à cultura; os direitos sociais e laborais e o direito à habitação; o controlo e gestão operária; o sector empresarial do Estado e a propriedade pública dos sectores fundamentais no quadro de uma economia ao serviço dos trabalhadores, do povo e do País.
Estes são elementos sem os quais não é possível compreender o alcance da Revolução de Abril, e que o Avante! continua a afirmar como imprescindíveis para superar o declínio nacional rumo à construção de uma democracia avançada num Portugal de progresso, justiça e soberania.
Defender, resistir, ganhar força
Há mais de 35 anos que nas páginas do Avante! se reflecte a luta dos comunistas e seus aliados, a luta dos trabalhadores e das massas populares, para fazer frente à contra-revolução e à política de direita, batendo-se pelos ideais e pelas conquistas de Abril.
Vejamos o ano de 1976, o primeiro destas décadas em que se defende o que foi conquistado, resistindo a uma ofensiva tão violenta quanto prolongada e mantendo como perspectiva, anos a fio, reunir forças suficientes para voltar a colocar o País nos caminhos que Abril permitiu rasgar – e cujos frutos perduram até hoje, seja em já insignificantes pormenores da rotina diária das portuguesas e dos portugueses, seja na memória de quem viveu aqueles dias, seja no saber de quem já nasceu depois e se acha justamente filho e herdeiro daquela revolução.
É difícil afirmar com exactidão quando começou a contra-revolução. Talvez no próprio dia 25 de Abril de 1974, talvez ainda antes... Um marco será 25 de Novembro de 1975, mas a 2 de Abril de 1976 a Constituição foi aprovada livremente pelos deputados. O ano de 1976 que encontramos no Avante! é preenchido com luta intensa e apaixonada. Já não é ano de conquista, de progresso, mas nele podemos encontrar explicações para o facto de um período tão curto de avanços demorar tantos anos a anular.
Saltemos depois onze anos e dez governos. Deixemos para outra ocasião os executivos «de iniciativa presidencial» e os da «Aliança Democrática», o último PS/Soares e o primeiro PSD/Cavaco. Vamos para 1987. As forças de direita entendem que a revolução de Abril acabou a 19 de Julho? «Vontade não lhes falta, mas querer não é poder», responde Álvaro Cunhal, um mês depois das eleições em que o professor de Boliqueime obteve maioria absoluta para o PSD. Na primeira página do Avante! de 29 de Outubro, vemos a ofensiva contra o sector empresarial do Estado, a XI Conferência da Reforma Agrária e os 70 anos da revolução de Outubro – grandes frentes de uma batalha que até hoje não está dada por perdida.
Em Janeiro de 1976, um Editorial alertava que «nada está ainda definitivamente assegurado, nem sequer a democracia». Uma lista de mais de 300 actos terroristas, ocorridos desde Maio de 1975, incluía 46 só naquele primeiro mês do novo ano. A 17 de Janeiro, o Estádio 1.º de Maio enche-se com um grande protesto unitário contra o aumento do custo de vida. Ao mesmo tempo, o Partido realiza grandes comícios e nas cooperativas da Reforma Agrária têm lugar sucessivas jornadas de trabalho voluntário e solidariedade. Muito pouco tempo tinha passado desde o golpe de 25 de Novembro, e o VI Governo provisório, empossado em Setembro de 1975, iria manter-se até Julho
Sem uma forte votação no PCP, «estaria aberto caminho à formação de um governo de direita, com o PS ou sem o PS», avisava Álvaro Cunhal, no início de Abril de 1976. A propósito da influência determinante que teriam as primeiras eleições legislativas, o Secretário-geral do Partido salientava num comício, em Belém, a abrir a campanha, que «as eleições não resolvem tudo» e «a luta de massas continuará sendo, em quaisquer circunstâncias, uma força poderosa para a defesa dos interesses do nosso povo e para alcançar transformações de carácter democrático»
De 11 a 14 de Novembro de 1976, reúne-se o 8.º Congresso do Partido, no final do qual se destaca que «uma solução democrática não é possível em Portugal sem o PCP». No número seguinte, serão noticiadas grandes concentrações em Beja, Évora e Portalegre, em defesa da Reforma Agrária, e anunciadas para o sábado seguinte duas concentrações, em Lisboa e no Porto, contra a recuperação capitalista
Mário Soares fora criticado por, na posse do Governo PS, ter optado pela «maioria presidencial», uma fórmula lançada pelo CDS, quando o povo tinha eleito uma maioria de esquerda. Passado pouco mais de um mês, uma comunicação televisiva do primeiro-ministro suscita ainda mais forte condenação, por conter «clara ameaça às conquistas fundamentais da revolução». A 23 de Dezembro, assinalava-se que «a democracia portuguesa entrou numa nova e perigosa curva», pois «à conspiração contra-revolucionária fascista e fascizante junta-se a política anti-operária e antipopular do Governo PS». Assim abria o texto saído da reunião do Comité Central de dia 20. Apesar de todas as fortes e justificadas críticas anteriores, no número da semana seguinte noticia-se com destaque a abstenção do PCP na votação do Orçamento e do Plano, cuja aprovação «afastou a crise que poria em causa a sobrevivência do Governo PS, crise que os partidos de direita procuravam e que, nas presentes circunstâncias, só serviria os objectivos da reacção»
«Vontade não lhes falta, mas querer não é poder» responde Álvaro Cunhal às forças de direita que entendem que a revolução de Abril acabou a 19 de Julho de 1987. O Avante! de 20 de Agosto inclui uma extensa entrevista, em que, a propósito da exigência da demissão de governos, que acabam substituídos por outros piores, o Secretário-geral recusa tal regra e lembra que, «em alguns casos, com a demissão de governos com uma política de direita, interromperam-se e paralisaram-se planos contra-revolucionários que se lançavam na fase final da sua ofensiva»
As conquistas da revolução portuguesa apontam para a construção da sociedade socialista, como ficou consagrado na Constituição e como o PCP não deixou de defender
A derrota de Cavaco e do PSD mostrou a vontade de mudança, mas para que esta não seja defraudada, há que prosseguir a luta
A luta contra os governos PSD/CDS teve um ponto alto na greve geral de 2002, especialmente apontada contra o pacote laboral
A demissão de Santana Lopes e a dissolução do Parlamento, em Dezembro de 2004, voltam a colocar a exigência de reforçar nas eleições a CDU e o PCP, que realizara o seu 17.º Congresso no final de Novembro. No debate do Programa do Governo, já com José Sócrates como primeiro-ministro, confirma-se que a vitória do PS não garante uma efectiva mudança de política. Um ano depois, não só prosseguia a política de direita, como desenvolvia uma acção deliberada para a acentuar e aprofundar. No fim do ciclo eleitoral de 2009, afirmava-se que a questão política essencial é a ruptura com a política de direita de três décadas de governos PS e PSD, com ou sem CDS
Páginas do internacionalismo proletário
As páginas do Avante!, órgão Central do Partido Comunista Português, são expressão do internacionalismo proletário que norteia a acção do Partido. Criado no impulso da revolução de Outubro, o PCP, e por dever assumido o seu jornal, consolidaram-se como baluartes da solidariedade para com os povos que, nos territórios soviéticos e depois em todos os continentes, derrubaram o sistema baseado na exploração substituindo-o pela soberania e o progresso proletários.
Assim, durante as décadas de 30 e 40 do século passado, encontramos no Avante! os avanços da construção do socialismo no primeiro Estado de camponeses e operários do mundo e os seus ensinamentos políticos e ideológicos, fundamentais para formar gerações nos princípios do marxismo-leninismo.

Destacada, neste período, também a luta dos povos contra a ascensão da barbárie nazi-fascista. Só no periódico comunista é possível encontrar o curso das guerras Civil Espanhola e Mundial. Só no nosso jornal se denunciou a natureza de classe destes conflitos imperialistas, a sua sanha contra o movimento operário e a URSS, estandarte dos povos na luta e triunfo sobre a expressão mais violenta do capitalismo e, posteriormente, exemplo e sólido apoio na edificação de democracias populares.
A vitória das forças progressistas tiveram forte impacto no combate ao colonialismo e ao imperialismo. Nas décadas após a II Guerra Mundial, encontramos no Avante! a luta dos povos pela emancipação nacional e social em África - com destaque para os movimentos que nas então colónias ultramarinas portuguesas faziam sua a bandeira da luta contra a ditadura fascista em Portugal -, na Ásia ou na América Latina.
E mesmo quando no dobrar do novo século muitos capitularam perante a falsa tese do fim da História, decretada pelos que sonham com o fim da luta de classes e a domesticação das organizações revolucionárias empenhadas em transformar o modo de produção opressor e irracional, foi e é no Avante! que os trabalhadores e os povos têm espaço e voz, facto evidente quando mais uma crise do capitalismo mostra os limites do sistema, desnudando que a resposta ao agravamento da exploração, ao domínio do capital financeiro e à guerra, é o socialismo e o comunismo.
O jornal que dá nome à Festa


O trabalho voluntário é uma característica de sempre da festa dos comunistas. O Avante! mobiliza
O Avante! é, orgulhosamente, o jornal que dá nome à Festa. Sonho acalentado durante décadas de resistência ao fascismo, a Festa do Avante! é a grande festa do Portugal de Abril – não só por Abril a ter tornado possível, mas por conter, como nenhuma outra realização, os seus valores e conquistas e ter atrás de si o colectivo do Partido que luta sem desfalecimentos por prosseguir os caminhos abertos nessa madrugada libertadora de 1974.
Foi em 1976 a primeira Festa, a «Festa que Portugal nunca tinha visto», como anunciou a manchete do Avante! de 30 de Setembro desse ano. O mesmo que no interior destacava, do discurso de Álvaro Cunhal no comício, que «esta Festa do nosso glorioso Avante!, do nosso glorioso Partido, é a maior, a mais extraordinária, a mais fraterna e humana jamais realizada no nosso País».
De então para cá, ao longo de mais 33 edições, enfrentando dificuldades e até sabotagens, a Festa do Avante! – erguida e mantida pelo esforço colectivo e voluntário dos militantes e amigos do Partido – continuou a ser essa realização ímpar, melhor a cada ano que passa, que conquistou o coração dos trabalhadores e do povo. E nunca o Avante! deixou de acolher nas suas páginas o que de melhor se passava na Festa: dos espectáculos às exposições, dos comícios ao debates, do trabalho voluntário ao ambiente fraterno e revolucionário que naqueles três dias se faz sentir e que sempre transbordou para a luta que continua cá fora. Como o fez, em Setembro de 1990, quando realçou que essa edição seria «ainda mais diferente», pois realizava-se «no seu terreno próprio, no nosso terreno. É na Atalaia».
Vinte anos depois, a Quinta da Atalaia continua a receber a mais bela de todas as festas – que é, todos os anos, um novo arranque da luta. Foi precisamente o que sucedeu há poucos meses. Finalizada a 34.ª edição, apelava o Avante!: Romper o cerco das injustiças, passar à ofensiva.

Em 1976 , a primeira Festa do Avante!

Em cada Festa é a luta que se reforça (Avante! de 9 de Setembro de 2010)
Em 1990, a Festa muda-se para a Atalaia. Nunca mais seria preciso andar com a casa às costas
O comício do domingo da Festa do Avante! é, de longe, o maior que se realiza em Portugal.
Um jornal insubstituível
Nas batalhas mais recentes confirmam-se as potencialidades da mobilização popular e reafirma-se a necessidade de desenvolver a luta dos trabalhadores e reforçar o PCP
O direito de informar, de se informar e de ser informado, sem impedimentos nem discriminações está consagrado na Constituição Portuguesa. A lei fundamental garante ainda que o exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura. Parece coisa simples e elementar, mas chegar a este patamar custou ao povo português uma luta sem tréguas e pesados sacrifícios – até da própria vida – que não podem nem devem ser esquecidos, não apenas porque não há vitórias definitivas mas também porque os direitos – para não serem letra morta – têm de ser exercidos e respeitados.
O Avante!, enquanto jornal que orgulhosamente se assume como um jornal de classe, como uma arma insubstituível do PCP – o Partido dos trabalhadores e do povo – ao serviço dos trabalhadores e do povo, ocupa nesta frente um papel insubstituível.
Desde a sua criação na mais rigorosa clandestinidade até aos dias de hoje que o Avante! é a voz dos que não têm voz e que nas suas páginas se escreve, com todo o rigor, sobre o que não se pode ler em mais nenhum outro órgão de comunicação.
O jornal do Partido dos trabalhadores dá voz à luta organizada dos trabalhadores e das massas populares

Só um grande Partido como o PCP consegue transformar assim o Campo Pequeno – XVIII Congresso, 29 e 30 de Novembro e 1 de Dezembro de 2008
Saber o que propõe, o que defende o PCP, como leva a cabo o seu trabalho colectivo, como mobiliza os seus militantes para as batalhas de todo os dias só é possível através das páginas do nosso jornal. A razão é simples: a generalidade dos restantes órgãos de comunicação – e em particular os órgãos dominantes – estão nas mãos dos grandes grupos financeiros, logo ao serviço do capital, e por mais que se afirmem democráticos, isentos e pluralistas não podem deixar de ser a voz do dono e, consequentemente, têm como missão – não assumida mas nem por isso menos prosseguida – combater por todas as formas ao seu alcance, e designadamente pela desinformação, pelo silenciamento, pela manipulação, quem denuncia e combate consequentemente o sistema capitalista.
Por isso mesmo também nenhum outro jornal dá voz, como o Avante!, à luta organizada dos trabalhadores e das m assas popu lares, não apenas pelos seus legítimos direitos mas também pela construção de um sistema liberto da exploração do homem pelo homem, o socialismo. Para saber o que se passa no País, para conhecer como vive e sente quem trabalha e legitimamente aspira à justa repartição da riqueza, à justiça social, é preciso e indispensável ler o Avante!.
É dessa realidade que se fazem as nossas páginas.
É essa a nossa batalha de jornal que toma partido. Sempre.








































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