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09 dezembro 2010

«Derrotemos o imperialismo, por um mundo de paz, solidariedade e transformação social»

Delegação portuguesa parte no dia 12 para a África do Sul
Mais de 20 mil jovens de cerca de 150 países vão participar, de 13 a 21 de Dezembro, no 17.º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes (FMJE), que este ano se realiza na África do Sul, e que tem como lema «Derrotemos o imperialismo, por um mundo de paz, solidariedade e transformação social». De Portugal vão cerca de 30 jovens, a título individual e em representação de diversas organizações, nomeadamente da JCP, da Ecolojovem, da Interjovem, da Associação Recreativa e Cultural de Músicos, do Sindicato dos Enfermeiros e de «Os Pioneiros».
Ao Avante!, Ana Sofia e Helena Barbosa, da JCP, e Valter Lóios, da Interjovem, explicaram que esta é a maior iniciativa juvenil, à escala internacional, de luta contra o imperialismo e um grande momento de unidade, debate e convívio entre jovens de todo o mundo que lutam e aspiram por um mundo melhor, de paz e solidariedade entre os povos.

A delegação portuguesa, que reflecte o amplo movimento juvenil nacional, bem como as intensas lutas que se têm travado no nosso País, começou a formar-se com o início das actividades do Comité Nacional Preparatório (CNP) português que, durante este ano, divulgou e promoveu o Festival no nosso País. «O CNP está constituído desde Maio e, a partir dessa data, temos vindo a alargar a sua composição [actualmente com cerca de 30 organizações], chegando a cada vez mais jovens», afirmou Helena Barbosa, dando como exemplo o acampamento que se realizou, de 23 a 25 de Junho, no concelho de Avis, com cerca de 250 jovens, e que contou com um leque muito diversificado de iniciativas, que passaram pelos concertos, cinema ao ar livre, desporto, debates, canoagem e exposições. «Foi uma forma de nos aproximarmos dos jovens e de mostrarmos o que era o Festival, o seu carácter e a sua importância no mundo de hoje», salientou. «Não há muitas oportunidades, hoje em dia, de participar num evento com estas características anti-imperialistas, de defesa dos valores da paz», acrescentou Ana Sofia.
Para Helena Barbosa e Ana Sofia é a primeira vez que vão a um Festival Mundial da Juventude, já Valter Lóios vai repetir a experiência, uma vez que participou na última edição do Festival que teve lugar, em 2005, na Venezuela. «Numa visão e num quadro muito amplo, fiquei com a perspectiva de que não somos os únicos jovens a lutar contra o capitalismo e o imperialismo», destacou. Valorizou, de igual forma, a capacidade de «organização» e de «responsabilização» dos sindicatos da CGTP-IN em enviar uma delegação ao Festival, «não só para trazer experiências, mas para ajudarmos a construir um mundo melhor».
De 13 a 21 de Dezembro estes e muitos outros jovens trabalhadores e estudantes vão poder participar em várias iniciativas, nomeadamente em «centros de discussão política» (espaços de debate, conferências, seminários sobre temas de interesse para os jovens), em workshops, no «Tribunal Internacional Anti-Imperialista» (tribunal onde se condenam os crimes do imperialismo), em «reuniões de grupos sociais (encontros de jovens artistas, cientistas, atletas, sindicalistas, entre outros), no «Fórum de Solidariedade» (demonstrações de solidariedade com os povos em luta), na «Feira da Amizade» (stands de delegações e/ou organizações), em «clubes regionais» (espaços onde as delegações podem exibir as tradições do seu país, como a música, a dança, entre outros), em «actividades culturais e desportivas».
Denunciar os ataques em Portugal
Na sua «bagagem» estes jovens vão levar as lutas que se estão a desenrolar por um País melhor, mais democrático e de justiça social. Numa altura em que o povo e a juventude carregam nos ombros o peso de uma crise causada pelos interesses capitalistas, em que vê os seus direitos a ser permanentemente atacados e o seu futuro hipotecado, a juventude portuguesa já demonstrou o seu poder reivindicativo.
A força da juventude foi fundamental para a Revolução de Abril e continua a ser fundamental para transformar o País e a realidade em que vivemos. Assistimos a grandiosas manifestações de estudantes do ensino secundário e superior, de jovens trabalhadores, bem como outras iniciativas em torno de questões de acesso à cultura e ao desporto, do ambiente, entre outras, que demonstram a combatividade dos jovens portugueses.
«O Festival será tanto mais forte quanto mais experiência de luta tiver», frisou Ana Sofia, informando que a JCP propôs um workshop sobre o ensino profissional, «um contributo que queremos dar da realidade portuguesa».
No Tribunal Anti-Imperialista, que se realiza nos dois últimos dias, a JCP vai abordar o ataque aos direitos da juventude em Portugal, nomeadamente os impedimentos às pinturas de murais, às colagens de cartazes e as repressões das lutas nas escolas.
Sobre a temática geral do Festival, Helena Barbosa lembrou que «todas as lutas contra o imperialismo são pela paz». Ou seja, continuou, «quando nós temos os estudantes do ensino secundário a lutar contra os exames nacionais, quando nós temos os estudantes do ensino superior a lutar contra as propinas e o Processo de Bolonha, todos por uma educação pública, gratuita, democrática e de qualidade, quando nós temos os trabalhadores a lutar contra a precariedade, quando lutamos por uma cultura e desporto ao acesso de todos, estamos a lutar contra o imperialismo, estamos a lutar pela paz».
Amplo movimento juvenil
O 17.º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes vai contar com um amplo movimento juvenil e estudantil à escala internacional. Deverá ainda reflectir, através da participação portuguesa, as aspirações da juventude que em Portugal luta pelos seus direitos, como lutam os jovens de todo o planeta, por um mundo de paz, solidariedade entre os povos, pela democracia, pelo direito à educação, à saúde, ao trabalho, à cultura, ao desporto, enfim, pelos mais fundamentais direitos da juventude.
A organização do Festival em cada país está a cargo de um Comité Nacional Preparatório (CNP), espaço de encontro entre várias associações juvenis que, no seu próprio país, preparam e organizam o Festival. O CNP português tem como objectivo a divulgação e afirmação do Festival junto dos jovens portugueses e tem também a seu encargo a constituição da delegação que irá representar Portugal no Festival e que levará o contributo dos jovens portugueses. Até ao momento, o CNP é constituído pelas seguintes organizações:
•A Fantasia
•Associação Arruaça
•Associação de Designers do Sul
•Associação de Estudantes da Escola Secundária Gonçalves Zarco
•Associação de Estudantes da Escola Secundária Gil Vicente
•Associação de Estudantes da Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha
•Associação Fronteiras
•Associação Jovem Valor
•Associação pela Paz e Amizade
•Associação Projecto Ruído
•Associação Recreativa e Cultural de Músicos
•Associação Recreatica de Cultural do Algarve
•Conselho Português para a Paz e Cooperação
•Ecolojovem
•Federação das Associações Juvenis do Distrito do Porto
•Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal
•Grupo de Etnografia e Folclores da Academia de Coimbra
•Interjovem Distrital de Lisboa/USL
•Interjovem
•Interjovem/Braga
•Interjovem/Porto
•Jovens Ferroviários – Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário
•Juventude Comunista Portuguesa
•Movimento Democrático de Mulheres
•Ordem da Cavalaria do Sagrado Portugal
•Os Pioneiros de Portugal
•Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Algarve
•SIN-CERA – Grupo de Teatro da Universidade do Algarve
•Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul
•Sindicato dos Enfermeiros Portugueses
•Teatro Fórum de Moura
•União de Resistentes Antifascistas Portugueses
•União dos Sindicatos de Évora

In: Avante.pt

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